Monday, June 15, 2009


Pensamento que enganam o homem

Por Marley Christina Felix Rodrigues

10/06/2009

Hoje se pensa que o mundo está evoluído, mas infelizmente essa não é a realidade. Hoje se fala que o mundo está mais fácil de se viver, que as mentes estão mais abertas para seu desenvolvimento.

Hoje diz que o mundo está mais aberto para discutir vários assuntos, como a deficiência. Isso é mentira, hoje muitos deficientes não tem autonomia em sua própria casa, não tem o direito de falar o que pensa, sente etc. E quando ele procura falar entre a família é crucificado. No mundo onde vivemos, sinto na pele como o deficiente que sou o mundo está regredindo. Muito se falou sobre o nazismo em especial em Hitler, pela sua crueldade, mas acredito que todo ser humano tem um pouco de Hitler.

Pois no mundo todos pregam o amor, mas não tem amor por ninguém, nem por ela própria. Hoje se ama pelo que você tem e não pelo que você é.

Nós temos visto nos jornais que a violência tem aumentado, onde está o amor? Hoje se mata por prazer de ver o outro sofrer, morrer a míngua.

Hoje a questão da deficiência também não está bem resolvida em nosso país. Eu digo por que vivo essa realidade e sinto um peso para minha família, somente uma forma de prover dinheiro. Eu me sinto um nada, e as vezes desejo até a morte! Porque sinto uma morta viva; porque sinto que morria a cada dia.

Eu preferia levar um tapa a sofrer a pressão que sofro dia após dia. Eu diria que entre os animais existe mais amor e são mais sinceros do que o ser humano. Nós temos no meio dos animais que cuidam de sua cria. Já o ser humano tem se mostrado totalmente sua imagem irracional que faz o que for preciso para consegui o que quer! Independente de quem seja.

Não se engane, seja realista, o mundo está voltando a ser primitivo onde valia tudo para conquistar o poder.

Comentário:

Esse texto foi escrito por minha namorada que tem o mesmo dom que eu e gosta de escrever. Dois aspectos muito interessantes desse texto, são de maior relevância que pode deixar mais fácil o entendimento sobre o entendimento a idéia do tema sobre a inclusão sem o discursinho hipócrita de movimentos que se dizem fraternos.

Primeiro aspecto: podemos observar um caráter sociológico que contem o texto e que ela tem as mesmas idéias que eu. Comprova o que sempre disse sobre o intimo do ser humano, todos dizem serem liberais e democráticos, mas isso é a pior mentira que se pode contar a alguém. Como ela disse: “Muito se falou sobre o nazismo em especial em Hitler, pela sua crueldade, mas acredito que todo ser humano tem um pouco de Hitler.” É mentira? Quando olhamos uma pessoa com problemas de pele ou um amputado, no primeiro momento não sentimos asco? A um tempo atrás, uma juíza e hoje é deputada (não me lembro o nome), disse que tudo que é diferente nos dá “asco” de se ver, todos disseram que ela exagerava. Não, está...todos que vê um deficiente nas ruas as pessoas tem um ar de pena, de impaciência pela pressa de uma vida vazia.

O tema é muito amplo e nos remete até o ponto que tanto chego o problema não é a sociedade e sim a própria família. Neste simples texto comprova que a maioria das fraternidades mais esconde em sua intima formação.

Segundo aspecto: quando ela diz: “Hoje a questão da deficiência também não está bem resolvida em nosso país. Eu digo por que vivo essa realidade e sinto um peso para minha família, somente uma forma de prover dinheiro. Eu me sinto um nada, e as vezes desejo até a morte! Porque sinto uma morta viva; porque sinto que morria a cada dia.”

Ela diz que sente ser uma morta viva, porque sua família faz o que a maioria das famílias fazem, prendem o deficiente. Agora vamos mais a fundo em minha explanação, essa família em particular é evangélica e se diz seguidora de Jesus. Será que eles realmente seguem? É só eles terem lido Mateus 23 que Jesus chama todos os escribas de hipócritas, não só esses escribas ou senhores das leis, mas toda pessoa que usa a palavra das escrituras para comandar e não para esclarecer a obra do Criador. Muitas pessoas tem uma visão ou de interesse ou de distorção a palavra, querem que o Criador façam nas suas vidas o que elas próprias deveriam fazer e ficam com a idéia errada que beijar e pecado, que fazer sexo é pecado, que fazer aquilo ou aquilo outro o é. O que é pecado está nesse parágrafo, aprisionar e acometer uma pessoa a ser e a se sentir culpada se sentindo uma “morta viva”.

Se pensarmos direito, ninguém tem o direito de aprisionar ou de obrigar ninguém a fazer ou não fazer é um direito que é assegurado dentro da constituição federal. O que acontece que a maioria das pessoas mais velhas não mudam o foco de suas crenças e de seus conceitos e atrapalha o progresso humano nos amarrado em tradições muito pouco viáveis, ou em vícios que nada ajudam no progresso de si mesmos. Nesse caso, o que se pode fazer senão os movimentos se unirem como os outros movimentos das "minorias" que tem até articulações políticas e fazem e acontecem? Porque o medo de perder nossa dependência é muito maior, pois é muito mais fácil sai pregando que a pessoa é o agente do seu próprio meio, do que apoiar pelo menos a pessoa que tanto a religião e quanto ideologias estragam e aniquilam o diretos civis das pessoas com deficiência.

É muito pouco provável que o ser humano faça por si mesmo, é muito pouco provável que ele deixe suas amarras paternalistas para apoiar em si e sua força de vontade. Isso é prova que todo ser humano é perverso, desumano e hipócrita até a ultima gota de sangue.

Thursday, May 28, 2009

Freedom



Esse texto não é meu, mas de uma grande amiga do yahoogrups Maria Helena contando um pouco da luta de seu irmão surdo e acompanhando esse texto nada melhor de que uma musica de 1990 que fala de qualquer liberdade,  George Michael Freedom:

Amauri

 

Vou aproveitar este tema, embora não tenha sido esta a intenção do Marcelo, para colocar um problema sério aqui no Brasil. Meu irmão é surdo bilateral profundo, último estágio antes da surdez total e é oralizado.

Anatomica e fisiologicamente não existe surdez total ou mudez total, apenas pessoas com pequenos resíduos auditivos que são descobertos por meios de testes de orelhinhas por ocasião do seu nascimento (obrigatório em todos os hospitais públicos) e que podem em última instância, recuperar a audição por meio de cirurgia de implante coclear, custeadas pelo Governo Federal, por meio do Sistema Único de Saúde - SUS (O Brasil é o segundo país mais avançado do mundo nesta especialidade) e em outros casos, adotar, de acordo com o grau de deficiência, o uso de próteses auditivas (também custeadas pelo Governo através do SUS). Os médicos em geral desconhecem estes recursos e não orientam adequadamente as pessoas, sobretudo as mães, uma vez que, os pais são os primeiros a sair de casa por não suportar o ônus de assumir as responsabilidades com filhos deficientes auditivos.

Quanto à mudez, o que acontece é que o surdo, quando não educado no processo da fala, acaba atrofiando as cordas vocais e com isto, assume o mutismo. Outros, durante o seu aprendizado, sentindo a dificuldade em falar corretamente assumem covardemente o mutismo. Todos usam por comodismo a linguagem gestual classificada como Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS - para se comunicar. 

Pelo diagnóstico dos Médicos e dos Fonoaudiólogos e lamentavelmente dos falsos técnicos no assunto, eles entendem que o melhor caminho para a pessoa surda é a comunicação por meio da linguagem LIBRAS, porque é mais barato e, dentro da lei do menor esforço, muito mais fácil para se comunicar do que por meio da oralização. 

O Ministério da Educação, através da Secretaria de Educação Especial, realiza o processo de educação da pessoa surda pelo bilingüismo, isto é, as crianças aprendem nas escolas especiais, simultaneamente, oralização e linguagem de sinais. O grave problema que vem acontecendo é que, novamente dentro da lei do menor esforço, as crianças estão sendo desestimuladas a se oralizar e estimuladas a se comunicar exclusivamente através da LIBRAS. 

Meu irmão é conselheiro do CONADE (Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência) integrante da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República e cansou de interromper oradores (muitas vezes no Congresso Nacional, durante audiências públicas que discutiam o Projeto de Lei de estatuto da pessoa com deficiência) que defendiam o famigerado sistema de sinais e bradavam que alguem com tal nível de surdez nunca poderia falar. 

Meu irmão levantava a mão e dizia: 



-Sou surdo bilateral profundo e falo como todo mundo pode ver, possuo diploma universitário de economista que conquistei com 23 anos e mais de 40 cursos de especialização, inclusive ao nível de Pós-graduação. Comecei a trabalhar com 20 anos e trabalho há quase 40 anos. Era um espanto!

O caso é que, como a natureza humana é egoista e medíocre, os surdos não oralizados tem inveja e rancor dos oralizados. Então, não querem que outros surdos aprendam a falar. Defendem a linguagem segregacionista dos sinais com unhas e dentes. Como assumiram todos os postos importantes no ramo, eles conseguiram que a linguagem LIBRAS fosse considerada segunda lingua oficial (nacional) ensinada nas escolas e, por meio de instrumentos legais, que todas as sociedades civis e comerciais tenham intérpretes de LIBRAS para se comunicar com eles. 


O grave problema que vem acontecendo no mercado é que as empresas, obrigadas por lei a contratar pessoas com deficiência, resistem em escolher os surdos por que terão que contratar também intérpretes - são duas contratações. 



Outro problema sério é o concluio entre surdos e os intérpretes, sobretudos nos momentos de interpretação nas salas de aulas, provas escolares, vestibulares e concursos. Os intérpretes acabam, involuntariamente, tornando-se cúmplices destas pessoas, muitas vezes em razão da própria subsistência financeira.

Não estou criticando a Libra em si, ela pode ser útil para os que não conseguem mais falar porque não foram oralizados desde cedo. Critico os que, em nome dela, impedem crianças surdas de aprender a falar e ficar integradas normalmente na sociedade como meu irmão, e as obrigam a falar por sinais e a pertencer a um gueto o resto da vida, dependendo de quem saiba usar esta linguagem. 



Claro, aprender a falar exige dedicação do surdo, dos familiares, das escolas especializadas. Mas é possível e não é nenhum bicho de sete cabeças. Sei porque participei e presenciei.



Não é possível que médicos, professores e familiares não percebam que é muito melhor para um surdo comunicar-se através da fala do que viver como segregado restrito aos sinais, no gueto de usuários da LIBRAS. Meu irmão é casado pela terceira vez, tem três filhos, mora e trabalha em Brasília, no Ministério dos Transportes há 34 anos, tem um bom salário e fala até no telefone (tem celular pessoal e percebe a ligação pelo vibracall). 



No entanto, continua uma guerra (que chega a gerar ódios) entre oralizados e usuários das Libras. Meu irmão vem tentando aumentar o número de programas que possam atender os oralizados para mudar esta situação. Devemos lembrar que de acordo com o censo do IBGE do ano de 2.000, 14,5 % da população brasileira é de pessoas com deficiência, totalizando 24,5 milhões de pessoas. Sendo que, destas, 05 milhões são surdos e 04 milhões oralizados. E apenas 01 milhão só se comunica por meio da linguagem LIBRAS. 

O Brasil é um dos países mais avançados do mundo na legislação da pessoa com deficiência mas estamos ainda, engatinhando, e muito, no cumprimento desta legislação.



Meu irmão usa aparelho de audição mas, em razão da deficiência tecnológicas dos atuais aparelhos telefônicos e sobretudos dos aparelhos celulares adaptados, pela falta de cumprimentos destas leis, muitas vezes não ouve bem o que é dito ao telefone e pede ajuda de alguém ao lado para falar por ele. Também usa as legendas da TV aberta em alguns programas como os noticiários e novelas, mas luta no CONADE para que os filmes nacionais e todos os programas de TV abertos e a cabo sejam legendados, como também possuam descrição de imagens para atender os deficientes visuais. 



Enfim, tive que escrever, apesar da falta de tempo, porque este assunto me mobiliza. É uma maldade que não consigo entender impedir outros surdos de terem o que meu irmão tem em nome da lei do menor esforço, dos desinteresses dos governantes e da inveja e egoísmo de poucos. 



E a LIBRAS cresce cada vez mais no Brasil. Meu irmão luta com moinhos de vento. Mas como é determinado e obsessivo acho que pode vencer. 



beijos frustrados,



maria helena bandeira

Saturday, May 23, 2009

Jesus o revolucionário


Vamos deixar o grande rabi falar por Matheus e volto logo depois para comentar...

Quando ele veio ao encontro do povo, um homem se lhe aproximou e, lançando-se de joelhos a seus pés, disse: Senhor, tem piedade do meu filho, que é lunático e sofre muito, pois cai muitas vezes no fogo e muitas vezes na água. Apresentei-o aos teus discípulos, mas eles não o puderam curar. Jesus respondeu. dizendo: Ó raça incrédula e depravada, até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei-me aqui esse menino. - E tendo Jesus ameaçado o demônio, este saiu do menino, que no mesmo instante ficou são. Os discípulos vieram então ter com Jesus em particular e lhe perguntaram: Por que não pudemos nós outros expulsar esse demônio? - Respondeu-lhes Jesus: Por causa da vossa incredulidade. Pois em verdade vos digo, se tivésseis a fé do tamanho de um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: Transporta-te daí para ali e ela se transportaria, e nada vos seria impossível. (S. MATEUS, cap. XVII, vv. 14 a 20.)”

Jesus, nosso exemplo de persistência, chamou o povo de incrédulo e depravado. Na bíblia evangélica está geração incrédula e perversa que acaba sendo a mesma coisa, pois tanto perverso pode ser depravado. A depravação de uma cultura pode ser perversa por destruir uma crença, que Jesus quis passar com total maestria, que estavam depravando os ensinamentos de Moises. Esse espanto pode ser um sentimento de real espanto da falta de credulidade e fé de um povo que se acha os escolhidos, tanto são, que não reconheceram Jesus como messias salvador. Para não me acusarem de anti-semita que sei que vão, meu sobrenome Nolasco vem de uma casta semita, ou seja, pode ser que não tenho sangue, pois existe um santo com esse sobrenome e muitos davam eles aos filhos por causa de algum milagre ou algo parecido; mesmo assim, nada tenho contra eles, mas achei interessante tal fala de Jesus.

Como hoje que vejo muitos mais crédulos, muitos mais pessoas dizendo as palavras de Jesus e nada fazer para fazer. Isso é ter fé? Fé é muito mais um ato de repetir as palavras que estão no evangelho, muito mais do que “encher” a boca para falar que pertence daquela religião ou não, mas que faz que ele pregar. Estou dizendo que como Jesus mesmo disse, muitos são chamados e poucos são escolhidos, ou seja, muitos se sentem chamados, mas poucos são que se sentem na sua essência escolhidos. Como os judeus na época, vivemos uma depravação com os verdadeiros ensinamentos que estão ocultos, por causa exatamente dessa depravação dos ensinamentos de Jesus. Como esta num evangelho e no outro, pois os evangelhos deveriam ser universais e não mudar palavras, como se quisessem dominar o pensamento das ovelhas (será que por isso são chamados de pastores?). Eu também gostaria de saber se alguém tem alguma intimação para falar em nome de Jesus.

A questão gira em torno do que realmente consiste os ensinamentos, como vimos milhares de igrejas pedirem esmolas, ou que milhares de fieis não doarem sangue nem seus órgãos, por causa de crenças infundadas. Onde fica a caridade? Para mim a questão chega a ser muito mais profunda e ainda abrange a questão da inclusão, que muitas pessoas apóiam, mas que no fundo existe uma questão muito mais duradoura que a “infantilização” do deficiente. Uma casta do cristianismo (a geração infiel) nos vê como crianças eternas, outras castas (a geração de depravados), nos vê como humanos se nos curar e nos fazer andar. Os doutores da lei ainda depravam a fé e ainda depravam o que a sociedade mais quer, pois o mestre nos disse que não trouxe a paz e sim a espada, não é uma questão de ser pacíficos ao ponto de nos alienar e sim, serenidade para melhor nos conhecermos.

A questão de religião como a questão de inclusão esta no intimo e é muito mais do que prédios e rampas, é uma questão de nos autoconhecermos para suportar e superar esses pensamentos hipócritas. Acho que fico um pouco com aquela imagem que Jesus expulsa os comerciantes da “casa do pai”, porque no meu entender são todos fieis, infiéis.

Thursday, May 14, 2009

Eram nós deuses deficientes?


Eu gostaria de agradecer ao mais novo texto do meu mais novo amigo Pablo do blog “O que é Direito?” e dizer que é uma honra imensa ter meu nome mencionado em dois dos seus textos de direito. Aliás, gosto muito de estudar a matéria e estou lendo o livro do Professor Miguel Reale Filosofia do Direito que é muito bom e recomendo, mas minha vocação tende mesmo a publicidade onde estou cursando a distancia. Mas devo acrescentar alguns aspectos do meu outro texto que escrevi e dizer mais algumas coisas alem, pois como sempre, viajo na maionese bonito (risos).

Em primeiro esse nome é uma provocação, pois ele veio do livro do suíço Erich von Däniken “Eram Deuses astronautas?” onde ele especula que civilizações antigas teriam tido contato com extraterrestres. Não tive o prazer de ainda ler, mas meu texto é uma provocação ao que chamo de “angelização” da pessoa deficiente física, palavra essa que eu mesmo inventei para a condição que a sociedade nos impõe, uma condição andrógina. Todo ser andrógino não tem sexo, porque eles não tem os dois pólos, tanto o feminino como o masculino, como anjos que não existe sexo. Mas por que o nome? A sociedade nos vê como “deuses” alienígenas que não temos um vinculo com o mundo e a humanidade, que para mim é um simbolismo barato, um simbolismo que nós que estudamos publicidade sabemos muito bem que são apenas jogos de linguagem; como um slogan, “sempre Coca-Cola” ou “casa Bahia- liquidação total a você”. Pois não podemos falar de sexo, diversão e arte como diriam a musica do Titãs, “Comida”.

Em segundo, muitos amigos se sentem fora da civilização humana e não vem o mundo em volta, se fecham no seu próprio mundinho e esquecem que existe uma cultura humana, que somos humanos também. A pouco tive uma discussão num grupo do Yahoo de deficientes chamado Ciadef onde o colega disse que entre o blog do nosso colega Eduardo e o meu que falava de muitas coisas, ele ficava com o blog dele que falava de cadeiras de banho e tal. Isso mostra que as pessoas deficientes se fecharam em seu próprio mundo, esquecendo que o mundo lá fora inventou as cadeiras de banho, as muletas e as cadeiras de rodas. Respondi que “falar de cadeiras de banho não é meu forte cara”, porque não acho relevante analisar coisas que eu acredito dentro das cadeiras de banhos e sim, tentar ajudar os deficientes a ter uma visão ampla do mundo. Só faltam me convencer que devo orar e fazer oferenda a Hefesto, o deus coxo da antiga Grécia, porque é deficiente.

Achei muito interessante a analise do amigo Pablo sobre que nomes devem nos chamar, pois eu acredito que há uma distorção a esse respeito, mesmo se tratando na constituição nacional. Para começar, para pessoas que tem tudo resolvido dentro de si sobre deficiência não vai se importar de se chamado de “aleijado”, “coxo”, ou outro nome qualquer e sim, se importar com a maneira que essas pessoas lhe tratam; por isso sempre fui contra as nomenclaturas do tipo “pessoas com deficiência” ou “portadores de deficiência”, sempre algo do tipo, como isso fosse uma “dor na consciência” da humanidade por tudo que foi feito conosco, o mais recente, as inúmeras eutanásias e mortes pelos nazistas. Mas eu não ligo que me chamem de aleijado dês que tenham idéias fortes dentro dos argumentos para me chamar como tal, se não, será esculachado por mim e esquecido no limbo dos lixos das idéias inúteis. Penso que não preciso de carinhos no meu “ego” para ser um ser humano, como os negros precisam porque querem vingança e não aceitação, nós deficientes não queremos e sim aceitação diante a sociedade. São apenas, como diria o Cazuza, “mentiras sinceras...”.

Entre a palavra “eficiência” e “deficiência” existe varias versões e significados que para mim são símbolos e estereótipos de séculos de preconceito e visões erradas, visões essas que não mudam e não vão mudar nossa condição física. Posso ser um deficiente físico eficiente dentro do que faço melhor do que umas pessoas ditas “normais”, para mim é pura relatividade. Alias, essa é uma discussão filosófica de séculos e porque não milênios, pois historicamente cada época tem suas idéias. A uns duzentos anos ou mais, o normal era ter escravos, a séculos atrás o negro como o índio, era dito pela igreja católica como sem alma, não tinham alma e era como animais. Hoje o normal é mostrar o que está errado, principalmente, o quanto se fala de crimes; a policia não pode mais repreender porque os criminosos têm direitos, mas o meu direito que contribuo para a sociedade? Claro que não sou a favor da pena de morte, pois seria uma fuga ótima para esses “patifes”, e sim, trabalhar e pagar tudo que estragaram, até sustentar a família dos trabalhadores que eles tiraram a vida. Isso é um mundo normal? Uma sociedade que cultua a “putaria” não pode e nem deve ser chamada de normal, para mim é uma sociedade anormal querendo ser normal, crianças buscando uma identidade dentro de sua próprias solidão. Lógico que não sou santo, mas exagerar é aberração, seria como se atirar contra o muro num carro a 120 por hora.

“O que faz com que determinadas características sejam deficiência é uma mera construção social, construção esta que estou convencido encontra-se ligada à aptidão das pessoas para desempenhar determinadas as tarefas tidas como desejáveis pela sociedade, o meio social tende a considerar com deficiência, portanto, a pessoa que julga incapaz para contribuir positivamente.” (Feitosa Gonçalves, 2009)

Não poderia ser mais bem escrito, meu amigo Pablo disse tudo em um só parágrafo que agora vou destacar: O que faz com que determinadas características sejam deficiência é uma mera construção social” (grifo meu). Sim amigo Pablo, é apenas uma desconstrução social da nossa humanidade, é medo do ser humano da condição de não poder fazer as coisas que sempre faziam. O preconceito nada mais é que a condição que o ser humano não esta isento, não estão isentos de ficar deficientes e de ser deficientes, ou de alguma outra etnia ser melhor, de sermos uma formiguinha diante do cosmo. Por que rejeitamos tanto Adolf Hitler? Porque mostra o que a humanidade tem de pior, preconceito contra os judeus porque nós cristãos queremos vingança graças a morte de Cristo pelos escribas e a superação deles por serem unidos, morte aos incapacitados graças a deficiências de alguns membros da alta cúpula como Gobbels, o ministro da propaganda nazista que era acometido de paralisia infantil, medo de admitir que não eram e nem são perfeitos e que não somos tão semelhantes a Deus como imaginávamos e Freud trata isso muito bem. Os três “tapas” do ego humano, um foi Copérnico que disse que a Terra não é a “jujuba mais gostosa” do universo, nosso planeta gira em torno de uma estrela de quinta grandeza, aliás. Segundo foi Darwin que disse que não somos o topo da cadeia animal, mas um meio de um processo que ainda não terminou e não sabemos onde vai parar e o terceiro foi Freud que com sua psicanálise, disse que não somos o que somos realmente e sim vestimos uma “mascara” social. Ai Freud chegou onde queria, esses “desejáveis” sociais são aqueles que melhor vestem essas mascaras, são os que mais a humanidade elege como perfeitos.

Lembramos as nobres verdades budistas que dizem não se apegar ao ego e sim sentir o que o outro sente, ver o que o outro vê, enxergar o que o outro enxerga. Essas mascaras nada mais são do que o ego de uma ilusão, eu desejo, por exemplo, uma mulher igual a Angelina Julie, mas para isso enxergamos somente a que fazem dela, não enxergamos ela realmente. Não vimos que ela pode ter os mesmos defeitos de qualquer mulher, pode brigar por ciúmes, pode ter uma diarréia após comer algo estragado, mas é o estereótipo da mulher perfeita é que predomina. O mesmo podemos afirmar as pessoas que tem alguma deficiência, ela é “feia” de se enxergar, isso vimos muito quando uma criança pergunta e aponta a mãe diz ser feio fazer isso. Não se apegar a nada é também não se apegar a imagens, a dizer e fazer imagens de uma pessoa e uma condição é alienação.

Eu sempre costumo dizer que vários intelectuais tentam “estuprar” minha inteligência com tanta asneiras, que ficamos perdido como podemos definir uma sociedade brasileira imatura que chamo a ‘Sociedade da Putaria”. Perdoem meus palavrões, mas não vejo outro remédio e outro adjetivo para se referir a essa anomalia que o Brasil vive e vai viver muito ainda, se não largar a ilusão social que o governo vai carregar neguinho no colo, pois não vai e penso que a defesa tem sim de ser feita com os movimentos. A subalternação nada mais é do que a falta de ação desses movimentos que ao formar seus membros pecam na falta de informação adequada. No mais fico com meu amigo Pablo quando diz: “Como eu costumo dizer, todos temos características que desejamos manter ocultas das outras pessoas, pra isso o direito protege nossa “intimidade”, incluindo aí desde nossas características realmente íntimas até nossas falhas de caráter que não queremos que os outros vejam...”. Falhas de caráter que ate dirigentes de entidades e movimentos tem, escondem pelas imagens de “bons” mocinhos que querem passar, mas soltam “pum” como todo mundo. Daí algumas pessoas: “…não conseguem esconder determinadas características suas e, por conta disso, eventualmente podem ser estigmatizadas socialmente, e só quem passa por esse processo é que sabe o que ele representa!”.

Muito mais gostei da frase do texto que diz assim: “Não se trata de pena, mas de oportunidade! Isso é o que todos os subalternizados precisam afinal!”. Oportunidade de viver nossas vidas, casando, trabalhando, pois como disse meu ídolo Renato Russo: “o sistema é mal, mas minha turma é legal...”. Minha turma é legal e quer uma oportunidade num sistema que visa o perfeito, nem a Melancia ta isenta de varizes e estrias, nem um grupo ta isento de fazer sucesso um verão só. O perfeito dentro da natureza não existe, pois como diz Lavoisier na natureza nada se perde e sim, se transforma. Um dia a matéria que nos forma vai passar a formar outra massa, como nossa massa molecular já foi uma estrela, simples. Mais ainda, o mundo é feito de fatos e não de coisas, já dizia o filosofo austríaco Wittgenstein, assim um fato que pode ser escrito ele é símbolos de algo que a humanidade vive e não uma coisa para ser manipulado ao bel prazer de alguns crápulas.

Daí, se o amigo me permite uma sociedade que diz ser “normal” e tem a lei de Gerson, não seria uma sociedade deficiente moral que é muito pior do que a deficiência física? Digo física numa maneira visível, mas abrangendo todas as características deficiências possíveis. Lembro que quando o ator Gerson Brener ficou deficiente por causa de um tiro de assalto na rodovia, a mulher largou ele por ele ter ficado assim. Não julgando, mas seria justo que ela fez, pois quando ele era bom, saudável e bonitão servia e quando ele ficou assim não? Somos seres descartáveis? E a mulher do físico teórico Stephen Hawking que enfrenta coisa pior e ficou com ele mesmo assim? Será que ela não estava com ele pelo status que lhe dava? Amor visando sexualidade e status não é amor, é “fogo no rabo”.

Fugi um pouco e voltei, mas é que minha visão é muito abrangente e não se limita a uma unilateral que o ser humano é viciado e ver, visões unilaterais têm tendências de serem ilusões aos alienados e os ignorantes. No mais agradeço meu amigo Pablo a mais um texto referindo a mim e aos deficientes que sim merecem respeito, claro que não somos santos, temos defeitos como qualquer um, mas o que precisamos é oportunidade. Obrigado!

Saturday, May 09, 2009

O que é ser uma pessoa com deficiência?



Acho que já passa da hora de reformularmos o conceito de deficiência, não para caracterizar determinadas características das pessoas, mas, para classificar suas posturas perante a vida!
(Francysco Pablo Feitosa Gonçalves)

Gostaria de agradecer ao colega do blog “O que é direito?” que escreveu sobre as condições que as pessoas com deficiência – por mim chamadas como pessoas deficientes mesmo, porque temos que passar nossa real situação e não formalidades inúteis – que passam diante as dificuldades. Se o colega não se importar desejaria comentar algumas partes que eu achei interessantes dentro do texto que gostei muito.

Primeiro fiquei refletindo sobre o que seria a palavra “subalternização” e fui procurar no dicionário, daí percebi que já sabia e num lapso de distração e não associei. Quando escrevi o texto “Deficiência e Preconceito” eu tinha lido o texto “APARTHEID CONTRA A PESSOA COM DEFICIÊNCIA” de Ana Paula Crosara de Resende e achei ótimo a referencia que se fez da palavra “apartheid” que foi muito posto em pratica em uma época na África do Sul. Aliás, a palavra quer dizer que se faz uma separação, a própria palavra tem o significado “vida separada”. Temos uma vida separada? Claro que temos! Primeiro não temos inclusão nos transportes, temos ônibus próprios para nos transportar, ao invés de ter adaptação em “todos” os ônibus, pelo menos em São Paulo e os estados dos Sul, lá para cima não se tem uma vida digna de ser descrita. Muitas pessoas que moraram ou nasceram no nordeste, descreve que muitas pessoas com deficiência são presas em suas casas e não podem sair por vergonha da família.

Será que o Apartheid que a escritora disse é o mesmo que o caro colega Feitosa quis dizer com subalternização? Penso que esses dois temas podem ser descritos como termos simbolizando o que as pessoas com deficiência sentem, uma vida separada que a sociedade sente que não somos capazes de superar e uma certa subalternização diante da família no qual alguns dependem. Eu, por exemplo, não posso dizer que não dependo tanto de minha família, muitos dependem e isso não é um luxo não, a família muitas vezes quer que dependam deles para subproteger. Conheço muitos casos assim, que a pessoa além de depender da família ainda tem que agüentar subalternização da própria família, até muito pior, existem famílias que usam o beneficio dessas pessoas para pagar alugueis e coisas assim. Tenho um caso desses dentro do meu convívio, meu namoro é feito desses fatos, se paga o aluguel com o beneficio de minha namorada e ainda é feita varias chantagens emocionais e até a proibição do namoro, se ela não fazer o que a família quer, é o inferno sobre a Terra. A mãe por sua vez, mexe na bolsa dela a cada nosso encontro, sendo assim, essa idéia no governo de dar o “pátrio” a mãe é perigoso, porque nem sempre são pessoas equilibradas. Para mim, a avaliação psicologia do responsável é primordial para se pensar em direitos das pessoas com deficiência.

Outra coisa é achar que o mundo é um mar de rosas, fatos comprovam que essa subalternização não ocorre só com a família, mas muitas entidades e escolas especiais que submetem essas pessoas. Por oito anos tive dentro de uma oficina abrigada que fazia serviços para empresas que pagavam uma mixaria, essa oficina era dirigida pela entidade AACD que vivia dizendo que só dava prejuízo, sendo que diziam e dizem ser filantrópicos. Nessa oficina vivemos todo tipo de privações, não podíamos namorar, não podíamos ir ao banheiro dois de uma vez, não podíamos almoçar conversando. Fora que na época, meu pai pagava oitenta e nove reais por mês, se pagava para trabalhar e não poder fazer nada, umas coisas como namorar a culpa foi de uma mãe “insana” que disse que se acontecesse alguma coisa com a filha dela iria chamar a policia. O serviço era precário e muitos que ali estavam era mandado pela própria entidade que chegava a avaliação que essas pessoas não podiam estudar porque não podiam aprender. Agora no Teleton dizem que são “santos” e lutam pela inclusão da pessoa com deficiência, que é uma inverdade diante desses fatos que escrevo, não somos submetidos a subalternização só das famílias.

Também existem casos na Estação Especial da Lapa aqui em São Paulo que é dirigida pelo governo do Estado, mais precisamente a primeira dama, que tratam a pessoa com deficiência física o mesmo que as de deficiência mental. Isso porque não há uma separação – lógico que não sou a favor de separar, mas as vezes características imaturas são confundidas com características da deficiência mental – da pessoa que tem deficiência física e aquela que tem deficiência mental. Assim todos são tratados como deficientes mentais, como se não houvesse um pingo de processos cognitivos dessas pessoas para uma avaliação que elas não podem ser tratadas como “crianças”e sim como adultos. Como se característica a infantização são totalmente culpa do estabelecimento em si mesmo? Acredito que realmente é um fato que é colaborado pela família da pessoa com deficiência que interna a pessoa em lugares como esses para alienar e subalternar elas. Seria um ato de ignorância? Não é. Essas pessoas sabem muito bem o que pensam e querem uma separação da pessoa com deficiência e a sociedade em si mesma, para não perder em alguns casos, o domínio delas dentro do núcleo familiar.

Ainda a coisa chega pior ainda, alguns movimentos que se dizem a “favor” das pessoas com deficiência fazem “corpo mole”. Sei lá se é um ato de má-fé ou de ignorância, mas o fato é que esses movimentos se recolhem em seus próprios núcleos e esquecem que existem pessoas que precisam de nossa ajuda. Não se precisa de atos políticos, mas atos de ajuda usando a lei doa a quem doer, seja com amor, ou seja, com a dor. Esse movimento que participei a dezoito anos chamado Fraternidade Cristã das pessoas com deficiência, foi fundado por um padre Henry François na França e 1942. Ele era doente e só foi feito padre, para morrer satisfeito de se tornar o que sempre quis ser, visitou muitas pessoas que foram mutiladas por causa da guerra. Uns dos seus lemas já com o movimento em andamento é que a pessoas com deficiência tinha que levantar e andar como estava no evangelho, coisa que ocorreu até certo momento dentro do movimento, porque se estagnou a luta da pessoa com deficiência dentro do próprio movimento. Tanto no caso da bolsa que a universidade Unip não quis me dá, que disseram que é uma coisa pessoal, tanto na falta de apoio na minha coordenação de uns dos núcleos de São Paulo e até o caso da pressão psicológica que minha namorada sofre correndo risco de vida por causa que ela tem arritmia cardíaca; simplesmente fecharam os olhos sobre esses assuntos, deixaram de prestar atenção a pessoa com deficiência e puseram sua atenção ao ato político em si. A Lourdes Guarda, umas das mais ativas fraternistas dentro do movimento e não porque não dizer fundadora dela aqui no Brasil, que morou num quarto de hospital toda vida teria ou tem – quem acredita e vida pós morte como eu – vergonha da luta ter acabado com um conformismo sem vergonha arraigado de sofismas sem menor utilidade. Perguntar pra mim o que quero que seja feito é um ato no mínimo a afronta a minha inteligência, pois não vou ensinar lideranças que estão tantos anos ai na luta, leis que deveriam saber. Cárcere privado é crime, com pressão psicológica piorou, ainda mais preconceito que é crime inafiançável. Um amigo que após minha saída desse núcleo ficou coordenador do mesmo me mandou um texto do Conade onde protestam sobre a redução de 5% das cotas das empresas para 3% graças ao safado do Senador Sarney olha o que respondi a ele:

“Ai vou te fazer uma pergunta pertinente a esse e outros artigos (pode me ligar pra me xingar se quiser)...o que o movimento pensa das micro dificuldades da vida? Sim! SE o movimento, leigo, que se diz ecumênico, e tem uma força que não sabe, tem feito? É amigão, nos conhecemos a dezoito anos e você sabe como penso, se o movimento não tem capacidade de resolver as micro dificuldades das pessoas com deficiência, não vai ter a capacidade de resolver um artigo do filho da puta do Sarney? O Vicente me procurou porque o shopping que ele foi tirou o elevador e disse que tinha rampa e não precisava de elevador...sabe que eu disse? Disse que a FCD não tem esse tipo fde luta porque dizem ser pessoal ai sabe que ele me respondeu? Tudo bem sempre fui SOZINHO...esse é a porra do sentimento quem passou no movimento, sentimento de solidão...

O que vou falar para os outros? Olha, estou com uma puta dificuldade de encontrar meios de ajudar a Marley a sair do julgo da família, o que posso dizer a ela? To aqui com meu coração sangrando porque a mãe dela (tida por vc como santinha) quase bateu na marley por causa de um copo de água...vou repetir, por causa de um copo de água. Então Carlos, como você mesmo disse pra mim, vc nã é burro, lembra que a Dona Lourdes Ribeiro já fez pelos deficientes até pular o muro? Precisamos amigão, pular o muro do egoísmo e parar com discursinhos hipocritas, temos que lutar sim contra de decretos como este desse canalha, mas temos também amigão, lutar pelos nossos e isso é praxi dentro de qualquer moimento. Amo demais a frater, só fiquei magoado por causa das circunstâncias, mas eu amo essa causa e Deus sabe o quanto quero lutar por ela, não deixem eu desanimar...nesse momento estou dando uma chance de mostrar tanto pra Marley quanto pro Vicente que eles nao estão sozinhos...se vcs fizerem eu acreditar, pode crer que eu volto, volto como uns dos maiores colaboradores que esse movimento ja teve...sinto que os que ja foram, guiam a mim para escrever isso a vc, somos espiritas e sabemos que eles podem fazer...

Preciso acreditar...”



Não preciso dizer mais nada, como disse no e-mail, não precisamos de discursinhos hipócritas e sim entrar na luta da pessoa com deficiência para valer seja com a dor, ou seja, com o amor. Pois é muito perigoso temos em mente que é muito melhor construir do que destruir, tudo na natureza é feito destruindo para construir; em todo o seguimento se vê que a pessoa com deficiente está com o estereotipo de inútil, de imprestável, que não pode fazer as coisas e não é verdade. No próprio segmento está assim, é muito melhor sermos conformistas do que sermos lutadores, é muito melhor sermos conformistas. Parafraseando Nietzsche só fazemos nosso próprio céu (ou paraíso) dentro do nosso próprio inferno, ou seja, não temos que viver somente no “paraíso” tem que ter nosso próprio inferno.

Bom, agradeço mais uma vez o caro colega Feitosa por esses palavras: “Não o conheço além dos posts que li no seu blog, mas posso dizer que tanto é difícil traduzir o que é ser uma pessoa com deficiência meu caro Amauri, como é fácil perceber que você é uma pessoa eficiente!” e dizer que ser “eficiente” é muito mais difícil do que ser deficiente num país que ainda vigora o “paternalismo” que gera sim o subalternalizacao e o Apartheid não só da pessoa com deficiência, mas a linha de pobreza toda.

Wednesday, March 04, 2009

sem nome


Nessa noite estava pensando em um assunto para postar no meu blog que está meio parado por causa das minhas leituras e por causa que ultimamente a inspiração não “gritava” em minha mente. Li um texto do meu amigo virtual o Professor JC e vi ele contar coisas simples, nada de pensamentos filosóficos ou pensamentos políticos religiosos, coisas que acontecem simples e tão bonitas que podemos refletir sobre a vida e suas andanças. O que é tão simples d que amar e ser amado? De viver a vida simplesmente sem querer muito, mas também, sem querer tão pouquinho? Talvez é essa a questão que devo abordar no meu livro que estou escrevendo e é um projeto que devo levar adiante.

Talvez esse texto deva chamar de “Sem nome” porque o assunto vai se desenrolando conforme o andar dele, tanto da leitura quanto no escrever, é um daqueles textos que vai indo sozinho até chegar no final. Talvez devo não pôr nenhum nome porque nomes são estereótipos de algo e esse texto não é algo, nem alguém, são pensamentos traduzidos em meras palavras parafraseando uma musica do Jota Quest. Bem, ao longo de minha vida eu tive varias duvidas, umas foram respondidas e outras não foram, mas todas foram legitimas, nada por que me interessei foi em vão. Umas delas é essa: “o que é o amor?”, que naquele momento não sabia o que era, mas agora talvez eu saiba finalmente o que seria esse amor. Platão no “O Banquete” pôs uma explicação meia assim, como algo contemplativo, talvez um amor entre o mesmo sexo que era normal na época; mas talvez Aristóteles tenha mostrado que o amor vem da amizade e assim ele nasce.

Muitas pessoas não sabem amar, não sabem que se você sofre é porque é paixão e não amor, porque amor é suave como um bom vinho. Não sou bom em vinho, não sou bom em perceber quem está “na minha”, mas conquistei minha namorada e estou feliz com ela. A Marley tem me dado um carinho no qual nunca tive, nunca tive tanta atenção como ela me dá, nunca tive o amor que trocamos um pelo outro. Poderíamos até dizer que as nossas cadeiras de rodas também se namoram e trocam carinho, sentem que aquilo não é de “mentira”, mas um amor de verdade. Medos sempre vamos ter por causa das incertezas da vida, mas quando o amor é verdadeiro ele encontra um caminho e os anjos dizem amem. E talvez é esse sentimento bonito e saudável que as vezes me faz refletir, não por causa dessas incertezas ou medos, mas que essas coisas gostosas as pessoas não tem coragem de viver, por causa do prazer imediato do consumo exacerbado de tudo ser agora; a paciência é a virtude mais sabia que o ser humano pode ter em sua vida, porque com ela aprendemos a esperar o momento certo de agir cautelosamente.

Numa simples amizade nasce uma coisa tão gostosa e que nos enche de esperança, mesmo que a família dela não aceite ou talvez sejam cautelosos no namoro, mas tudo na vida que é fácil dificilmente é valorizado. No momento que tudo é conquistado, damos um valor imenso para aquilo; talvez uns dos prazeres mais reais que o ser humano tem em sua vida é a “conquista” de algo que lhe dá alegria de viver, ago que pode ser simples. Cuidar de meus cactos é algo que gosto muito, mesmo que não precise de tantas coisas, eles são seres vivos que merecem ser cuidados; o mesmo é a Marley, ela é minha namorada e merece meu amor que lhe dou muito e sei, tive varias provas, que ela me dá com toda certeza. Ainda mais nesse momento tão difícil que ela esta passando, devo dar pelo menos carinho e afeto e mostrar que ela não está sozinha.

Sempre fui uma pessoa que não quis muito (bom, quando era mais novo, eu era um pouco egoísta, mas agora sou mais aberto), mas também não quis tão pouco. Devemos – assim penso eu – que na vida tudo é uma questão de equilíbrio; não devemos querer demais e também não querer pouco e sim o bastante para ter uma vida relativamente confortável. Podemos as vezes sonhar que se ganhássemos na loteria ou que conquistássemos uma fortuna, mas devemos sempre nunca desejar para aquele “desejo” não virar ansiedade; isso as correntes tanto do budismo quanto do hinduísmo sabem, tudo é relativamente incerto e ai que entra a física quântica (mesmo que os cientistas chamem isso de misticismo), porque há uma probabilidade daquilo ocorrer ou não, ou se cai ou não. A melhor coisa que podemos fazer é realizar e cuidar bem dos desejos sem desejar vivendo simplesmente sem extravagâncias, se não tenho o suficiente para viajar junto mais um pouco e por ai vai.

Quero um futuro bom para mim, casar com quem eu amo, ter minha casa e viver feliz; mesmo com algumas dificuldades, mas como dizem, nem tudo são flores e tudo é um real e maravilhoso aprendizado. Talvez isso que me motiva cada vez mais viver tudo que tenho chance de viver, sou feliz mesmo com as dificuldades, sou feliz mesmo com minha deficiência e agora nesse momento, sou feliz por está amando e feliz. Quer coisa mais gostosa?

Monday, January 05, 2009

O Esclarecimento e a Inclusão



Muitas pessoas me perguntam: Amauri o que você pensa sobre a inclusão das pessoas com deficiência no mundo hoje que se diz “Globalizado”? Bem, segundo algumas informações, muitos países e a União Européia só começaram agora (2004) e nos Estados Unidos nos anos noventa. Agora devolvo a resposta com outra pergunta: como o Brasil com uma legislação tão a frente do seu tempo demore tanto para efetivar suas leis e projetos? Se um povo não reivindica os seus direitos como uma real democracia, então não podemos em nenhum momento, “achar” que tudo cairá do “céu” que não vai cair. Essa é a questão, não podemos nunca deixar de reivindicar porque assim não deixamos de ser “esclarecidos” sobre a questão em discussão.

Mas o que estaria em discussão? A Inclusão, pelo menos da pessoa com deficiência, está no âmbito errado, pois temos antes de tudo analisar que é muito complexa a questão. Primeiro que a “minorias” que se dizem tal são na verdade “maiorias”, ou seja, grande parte do povo se encaixa nessas chamadas “minorias”. Segundo, as pessoas com deficiência estão chegando a seu espaço cada vez mais, hoje vejo mais pessoas saindo nas ruas e passeando nos Shoppings da vida; mas muitas (em sua maioria), estão trancadas ora em suas casas porque a família vai idealizar que vão “rir” de sua deficiência, por ser uma vergonha para o “pai” que não fez direito, ou por ser castigo divino; ora em instituições que visam incluir que na verdade, são depósitos de pessoas que são em grande maioria, tratadas como crianças por elas. Se eu fosse me enveredar no existencialismo sartreriano diria que temos a escolha de escolher, ou seja, somos condenados a ser livres; essa condenação vai refletir em nossa vida e várias situações que queremos ou não, que pensamos que são inevitáveis, mas o são evitáveis ao ponto de fazemos essas escolhas e então, somos metade culpados e metade inocentes.

As escolhas são nossas, mesmo impedidos de movimento, mas no entendimento contemporâneo somos seres humanos que merecemos ter uma vida como os outros humanos. O direito a vida nos foi assegurado na carta universal sobre o direito do homem, onde está que todo ser humano tem esse direito, direito de escolher o que é melhor dentro do âmago social, socialmente não podemos mais ser “excluídos”. Mas temos outro inimigo, o comodismo de várias pessoas, ou a maioria, de ter o esclarecimento e não usar esse esclarecimento como argumento para fazer essa escolha. O esclarecimento já é uma base para sermos livres, se esclarecer sobre tudo nos fazem seres humanos mais humanos, mais envoltos a razão. Kant no seu texto sobre “o que é o esclarecimento?”, vai nos dizer que muitos podem ter, mas não o querem por ser cômodo ser “ignorante” e receber tudo se fazendo de “coitado”. Acontece isso com a pessoa com deficiência porque ele tem duas opções: a-) ou se acomoda em suas “vidinhas” insignificantes de receber tudo o que queira e se isolando da sociedade; b-) ou lutando para uma independência dentro desse “esclarecimento” para se libertar tanto das amarras do “comodismo”, quanto das amarras do “cárcere” de ser “sub protegido” tanto da família, quanto na sociedade com esse esclarecimento.

Mas como adquirir esse “esclarecimento” sendo quê a maioria ainda se limita a ser um “scholar”? Ou seja, se limitar em aprender alguma coisa das matérias básicas escolares que Kant nos diz que é bastante comum. Mesmo depois da “Era do esclarecimento”, ou Iluminismo, que jogou dentro do raciocínio humano o esclarecer para ele próprio poder escolher, a Reforma religiosa na época foi uma resposta a está afirmação, quando Lutero em sua formação agostiniana viu que havia o cárcere conceitual de não revelação, ponto a “palavra” no âmbito dos mistérios. Nada pode ser privado do ser humano, a saber, nada pode privar do “esclarecimento”. Só que é muito mais cômodo ser “privado” disso e se esconder atrás dos outros dizendo “eu não sabia”. Desculpem os teóricos marxistas, até Paulo Freire que gosto muito, mas se temos um rádio e uma TV não somos tão ignorantes assim, pois já vi, até programas populares esclarecer sobre as “minorias” e sobre a importância de várias coisas, sem trocadilho, “desculpa de aleijado é a muleta”, ou seja, a desculpa de toda pessoa que não quer agir ou andar com as próprias pernas é a muleta que o sustenta.

Para ser um Scholar, devemos ter um profundo estudo de determinado assunto, ou de vários assuntos ao mesmo tempo. Vou dar um exemplo: gosto de ler muito filosofia e teologia e posso muito bem, sem amarras conceituais, ter uma visão da inclusão dentro de inúmeros assuntos tanto teológicos ou filosóficos. Esse texto, como o outro “Rampa para quê?”, tem um âmbito filosófico que ponho dentro da filosofia kantiana tanto do esclarecimento, tanto da virtude. Como posso pôr no âmbito teológico como as palavras de Cristo quando ele diz que a “verdade” vai nos libertar. O que seria a verdade nesse caso? A verdade é o esclarecimento, é saber porque se deve acreditar naquilo, se não for para seguir algo ou alguém, pelo menos seja para te libertar. Assim, vamos chegar num ponto delicado do “saber”, ou seja, se posso saber como poderei saber que sei, se aquela informação é mesmo aquela que estão me passando? A duvida é o começo do “pensar” e compreender e querer saber mais sobre, querer ir muito mais além, querer enveredar no âmbito do conhecimento humano. Daí, nesse contexto amplo, podemos compreender o que seja a idéia (eidos em grego) da palavra “inclusão”; incluir uma parcela da sociedade deixada de lado que não se “encaixa” dentro da sociedade num todo, pensamos num trem onde cada membro social é um vagão, somos penas vagões imperfeitos. Aliás, o ser social em si é platônico que procura a perfeição, nesse contexto, a inclusão deve acontecer.

O esclarecimento na “era digital” é inevitável, temos várias informações sobre o que acontece no mundo pela internet, então temos o maior poder do esclarecimento de toda a história humana. Ora, com isso o mundo fica pequeno e podemos ter mais interações entre as pessoas com deficiência, que por mais que não queiramos, achamos uma coisa “fria”, podemos ter um maior esclarecimento como é em outras localidades. Podemos até mesmo conhecer as leis que nos beneficia que podemos usar ao nosso favor, magistral favor de uma causa nobre. Mas mesmo tendo esse recurso não o a usam, não presta ao trabalho de se submeter a um instante de adquirir esse conhecimento, esse esclarecimento dentro da causa, dentro de um bem maior.

Talvez nossa cultura “populista” deva a educação católica que recebemos, onde o filosofo e fundador da sociologia Max Weber observou, que não é o mesmo que os países protestantes e isso é muito fácil de observar. Para os católicos, temos que ter “compaixão” daqueles que não se defendem e não podem ter uma vida dita “normal”, ou que, temos que se submeter aos mistérios da santa trindade (pai, filho, espírito santo) que não dá lugar ao saber e ao esclarecimento. Tudo é reduzido apenas a submissão ao mistério que põe a humildade a custa da miséria, ou seja, para sermos humildes temos que ter menos bens e sempre tratar o outro com mero “paternalismo” aflorando o preconceito. Assim, nos países protestantes não ocorre com freqüência (embora o veja mais aflorado como nos Estados Unidos da América) onde o saber e o patrão de vida bom, não trás o ser humano no “pecado” e sim é devido à “graça” que recebeu de Deus; o único problema ainda igual é o preconceito, onde até pouco tempo nos Estados Unidos uma pessoa com deficiência não podia sair às ruas, pois era crime de “exposição de um defeituoso”. Os países da América Latina, tanto do lado português como o espanhol, exportou dos seus colonizadores essa visão de humildade exagerada da religião católica, é uma herança medieval onde o vassalo não podia ter mais que o Senhor Feudal e então se consolava (a igreja), que com humildade podemos chegar ao paraíso e assim era até a reforma.

Estou abrindo esses parênteses, para explicar o porquê tantas pessoas pensam que ser humilde é ser “coitado”, pois sempre nos referimos a “pessoas humildes” a pessoas que tem pouca renda ou poucos bens adquiridos. A palavra humildade vem da palavra latina húmus que quer dizer terra fértil, ou seja, o verdadeiro humilde é uma terra fértil para receber a semente da sabedoria ou conhecimento. O que estamos estudando no texto aqui? O esclarecer enquanto pessoas humanas, pessoas que podemos aprender e ser humilde é realmente ser a terra fértil para receber a semente. Não foge em nenhum momento do evangelho onde Jesus diz que a “verdade” nos libertará, pois com a “verdade” o espírito tem mais condição de observar o que está ocorrendo, o que está em nosso mundo que ainda se tem uma “verdade” aparente. Não é erro nenhum, ter mais do que se tem, do que se pode ter porque em outro trecho do evangelho Jesus diz que devemos dar a Cesar o que é de Cesar e de Deus o que é de Deus, ou seja, pagar pela vida terrena com o trabalho crescendo mais e tendo fé do dia melhor e confiando em Deus. Nossa cultura católica nos deixa a mercê de pessoas que querem se aproveitar da aparente “ignorância” de nosso povo, mesmo em outras religiões, em que ser humilde é não ter coisas no qual não se pode adquirir. Assim, até mesmo a “graça” é algo que devemos nos submeter e não recebê-la pela fé, pois tudo que esperamos pela fé é algo que temos sem pedir, ter fé é acreditar que “aquilo” aconteça; mas não podemos esperar que a “graça” venha da falsa humildade que é não querer crescer, pois Deus dá a “graça” por vontade e incondicionalmente. Porque estou divagando sobre? Porque muitas pessoas com deficiência pensam que não podem superar para conseguir essa “graça” ou algo assim, aceitando sua condição com humildade e não querer ser mais do que já é, e assim, é um erro crasso.

A inclusão só é concebível com a verdadeira humildade que pode receber o conhecimento esclarecedor, assim assimilando esse esclarecimento que vem a sabedoria que pode ou não ser adquirida pelo conhecimento, vivendo isso. Para ter uma real “inclusão” temos que ter o esclarecimento sobre, e esclarecer é realmente dar o conhecimento as pessoas para melhor “lutar”. Não é também valido, ter somente um setor da vida humana favorecido com esse esclarecimento, pois segundo mesmo diz Immanuel Kant:

“...O pastor dirá: ‘Nossa igreja ensina isso ou aquilo; estas são as provas que ela usa’. Nesse sentido, ele beneficia a sua congregação tanto quanto possível por apresentar doutrinas nas quais não acredita completamente, mas se compromete em ensiná-las pois não é completamente impossível que elas não possam conter alguma verdade oculta. Em todo caso, ele não encontrou nada nas doutrinas que contradiga o coração da religião. No entanto, se ele acredita que tais contradições existem, ele não estaria mais habilitado para administrar seu ofício com clareza de consciência. Ele teria que renunciar ao seu cargo...”

Ou seja, não podemos favorecer algo ou alguém com o esclarecimento, mas um bem maior. Não podemos criticar uma ordem, uma regra que você se submete porque sabia delas ao entrar, então ao criticar, seria perigoso para a ordem social e política e além de ser hipócrita e amoral. Mas ao chegar em casa, por exemplo, podemos escrever um tratado sobre os erros de nosso oficio e esclarecer quem quer segui-lo obrigando a sempre melhorar se eles querem ver outras gerações a seguir; podemos dizer que, não temos o habito de adquirir um esclarecimento dividindo o mesmo, não jogamos sementes nas outras “terras férteis” e isso é danoso, tanto na nossa causa, como numa causa social mais abrangente. Será que não foi isso que Jesus quis dizer com a parábola do semeador? Não só a “palavra” divina, o “conhecimento” divino, mas tudo que o universo nos oferece é divino, é feito da sabedoria divina. Quando o Arquiteto do Universo disse “fiat lux”, ele deu ao seu saber expansão, então saber não é “pecado” e sim “graça” de ver aos olhos divinos e ter a verdadeira humildade para fertilizar as terras férteis. Uma pessoa com deficiência é um ser humano em potencial, não diferencia dos outros seres humanos, só quando existe uma deficiência mental, ainda assim, no entendimento dele se pode esclarecer; temos vários exemplos de pessoas com deficiência mental que tem uma vida relativamente produtiva, já vi e li pessoas acometidas de síndrome de down que trabalham e até casam, é um exemplo tanto eles como a família. Muitas família de pessoas com deficiência física, sub-protege essas pessoas pondo sempre na cabeça que aquela pessoa não pode ter uma vida, trabalhar, casar, fazer as coisas que todos fazemos.

Com o esclarecimento devemos sempre conhecer e levar a conhecer a real situação da pessoas com deficiência, com uma efetiva inclusão e melhor de tudo, uma melhor situação dentro do pensar humano; somos também terras férteis a ser cultivadas pelas sementes do esclarecimento, só que o fertilizante é a vontade, é querer que a verdade o liberte. O fim ultimo do ser humano não sei e pouco suspeito, porque não sei os desígnios do Pai Celestial, mas todos nós temos esses corpos porque podemos agüentar, porque ele nos confiou essa tarefa de mostrar ao mundo que a única perfeição são duas e uma vai ao encontro da outra:

a-) Quando temos a capacidade de filtrar o saber real, sempre limitando em coisas boas, a virtude se dá na verdadeira sabedoria em fazer o bem e nesse bem saber coisas úteis; a utilidade desse saber lhe faz uma pessoa que sairá do senso comum que tanto tem o preconceito e o limitar-se em ver coisas “pequenas” e ao comodismo.

B-) Com isso, a perfeição da alma acontece e nós desenvolvemos o poder de ver além, assim, melhorando o espírito e assim o corpo fica limitado a apenas ser um misero acessório para mostrar que não existe a perfeição que fantasiamos. Pois a perfeição da natureza (ou divina) tem seu próprio percurso diante do que se idealizou, seu saber é muito mais amplo do que podemos ver.

Mas temos que ter cuidado hoje se tem muito em Volga que tendo o conhecimento podemos fazer o que quisermos e não é assim; quando temos o esclarecimento das coisas não podemos mais estarmos presos em falsas “liberdades” que pensamos ser escolhas. Daí vira “libertinagem” que é muito diferente, é um saber diferente e pouco provável, porque destrói a si mesmo dentro da sua alma e a falta de convicção que são acometidos. Tomar alucinógenos para moldar um mundo, ter no sexo o prazer que não tem, ter nos exageros externos o que não temos no interno. A pessoa com deficiência quando se depara com a liberdade que aparenta ser a real, faz tudo isso sem medir as conseqüências, ai muitas famílias vem isso como um mau exemplo ( que mostra a falta de confiança de sua própria educação). Mas é um fato que nos deparamos dentro de muitos movimentos que ensinam a liberdade sem medida, depois reclama que algumas famílias não deixam os seus em ir a suas reuniões ou em seus passeios.

Portanto, não temos que nos portar como irresponsáveis, como se fossemos crianças ao ponto de sermos impulsivos. Mas mostrar que somos mais do que o senso comum, porque ele está cheio de preconceito e “alienagens” que só foram produzidas para dominar a massa. Deus tem um propósito para cada ser, para cada célula dentro de cada ser, pois então, o saber é divino porque sabemos que tudo é ele que nos dá para um melhor viver e se somos imperfeitos de corpo, ele sabe a força que nossa alma tem.