Thursday, January 31, 2008

Discurso acadêmico sobre inclusão

Estou cansado de ficar lendo textos sobre inclusão da pessoa deficiente com tantas paginas e nenhuma ação concreta sobre o caso. Muito pior do que isso, as academias (faculdades e universidades) vêm com discursos velhos e “clichês”, que ajudam e pesquisam sobre o assunto e até manda seus professores para o treinamento. Será mesmo que há uma mobilização para incluir a pessoa com deficiência?

Gosto de pessoas diretas porque sou direto e penso direcionado ao ponto que quero focar. Muitas pesquisam ficam rodeando um fato deplorável, não há inclusão verdadeira dentro de um país com uma política ultrapassada, com idéias ultrapassadas, com até mesmo, uma elite ultrapassada. Somos um país medieval, temos idéias ainda dos barões do café, temos um pensamento do século dezenove, onde temos uma velha e demorada questão que vem arrastando por séculos afora, uma questão de humanização da pessoa com deficiência. Será que querem mesmo humanizar a pessoa com deficiência? Não vejo que possam fazer isso, porque nossa cultura ainda está cheia de paradoxos inexplicáveis.

Há em nossa sociedade um dilema, criaram um estatuto da pessoa com deficiência baseado nas grandes conferencias e resoluções da ONU sobre o tema, que muito, ainda nem temos uma base solida sobre o assunto. Tudo bem que hipocritamente, teve a campanha da fraternidade em 2006, teve varias discussões sobre esse tipo, mas a própria campanha erroneamente pôs duas pessoas que andam no cartaz da campanha. Ou seja, nem mesmo a própria campanha não soube fazer, porque para chamar a atenção, deveriam colocar uma pessoa de cada deficiência e isso é base em qualquer divulgação publicitária. Não quero dar aulas aos senhores diplomados, mesmo o porquê, não se deve chorar o leite derramado. As campanhas são lindas e maravilhosas, mas não tem sustentação argumentativa sobre.

O erro é pensar que esse estatuto esta perfeito, que criar cotas dentro das empresas é a solução, que pesquisas para curar são um meio, não é. Para ler um jornal ou assistir um telejornal tem que ter no mínimo senso critico, pensar que aquele telejornal ou o jornal/revista, estão ou não dizendo a verdade. Daí tem que pensar numa verdade universal, uma que seja critica dentro das perspectivas da causa, ou seja, no mínimo tenho que pensar no Joãozinho que está trancado no seu quarto porque a mãe dele pensa que ele nasceu assim ou pelos seus pecados do passado, ou por castigo divino, ou até mesmo como um “abacaxi” a ser descascado pela família. Depois entra que “porque” a boa “alma” fabricou a lei ou pôs em pratica uma resolução, que no caso em questão, beneficia a pessoa com deficiência e se isso vai trazer mesmo o bem estar que necessitamos. Depois temos que analisar as esmolas ideológicas que algumas repartições políticas nos dão, essa sim é a base da nossa causa, saber como lutar por ela.

Vamos pensar no começo quando em 1981 fez o ano da pessoa com deficiência. Não faço a mínima idéia o que ou quem interessou isso, porque sou cético que realmente foi uma humanização da causa, porque no meu entender alguém se beneficiou com isso. O meio capitalista não faz nada se não trouxer um beneficio aos seus sustentos, que no caso são as indústrias. Para bom entendedor meia palavra basta, ou seja, lógico que quando dizemos uma humanização da casta de pessoas com deficiência estamos nos referindo em dar a essas pessoas o mínimo possível para viver e esse mínimo inclui: aparelhos ortopédicos, assistência medica, assistência psicológica, assistência de todo tipo e quem sustenta tudo isso, são os mesmos que interessaram essa resolução, esse “ano”. Depois se fez muito mais, como direito político, ter educação básica, ter os direitos e deveres para sermos um “cidadão” como qualquer pessoa. Mas somos realmente levados a serio? Tenho duvidas desses discursos que tanto se fazem, porque por trás, são meras palavras.

Meras palavras de um discurso que levaria ao sofista e os retóricos a inveja. Mesmo o porquê, de alguma maneira, esses discursos tem muito enfeite e pouca solução de fato. Aqui em São Paulo, por exemplo, existe a vários anos um plano de colocar ônibus adaptado em cada itinerário na cidade, já há muitos, mas de uma maneira ainda desproporcional. Quem regulamenta tudo é a SPTrans, na época que fizeram e ainda fazem, chamam alguns voluntários para testar e na maioria, são paraplégicos que dirigem. Muitas adaptações saem erradas, porque de fato não se testa com pessoas que usam o serviço que para quem não usa tudo está bem. Até mesmo no serviço ATENDE de vans adaptadas e pagas pela prefeitura para as empresas sustentarem o serviço, as adaptações são erradas e em alguns casos, não existe um meio seguro de amarrar as cadeiras de rodas saindo do bolso de alguns motoristas, cordas e ganchos para melhor amarrar. Mais uma vez não quero dar uma aula aos engenheiros que tem diplomas, mas é estranho que adaptações tão fracas e tão erradas, saem do bolso do contribuinte e um deles é meu pai. Ele gostaria que o seu filho tivesse transportes adequados ao que ele paga de imposto, mas como sempre num país como o nosso que as idéias são ultrapassadas, não temos muito a ter um “modelo” de adaptações adequadas. Mas vão me perguntar: “o que tem a ver tudo isso com o discurso acadêmico?”. Minha resposta é: muita coisa, porque toda adaptação, seja num ônibus ou numa calçada, seja uma consulta médica, seja numa associação, seja num projeto ou construção de leis que beneficiam as pessoas com deficiência, saem com seus diplomas nas universidades e faculdades.

Vou explicar por alto o que seria a diferença de faculdade e universidade. As faculdades ensinam a especialização sem pesquisar e ter um ensino prático, as universidades têm o ensino prático e pesquisas; por isso que universidades públicas exigem muito dinheiro, para essas pesquisas em várias áreas. Existem várias pesquisas sobre deficiências, mas pouco se fez para melhorar as condições desses dentro da sociedade, mesmo assim, vendem o direito das pessoas de serem iguais. Não quero ser hipócrita e dizer que todos são iguais, pois não são, isso é reflexo de meras utopias humanistas; o ser humano guarda em seu corpo um caldeirão de genes de seus antepassados recentes e longínquos, com essas tendências há o meio onde vivemos, o “berço” onde nascemos e muito outros fatores que diferenciam o ser humano em sua características genéticas e psicossociais. Não temos como escapar de todo esse “lamaçal”.

O Brasil tem muito atraso tanto na política como em todas as áreas, tendo a área da educação e saúde a maior prejudicada, tendo uma perspectiva muito atrasada. Mas uma questão me deixa intrigado: todos ficaram felizes de ter as “cotas” para as empresas, mas tenho duas questões a ressaltar; primeiro como podemos trabalhar se não há adaptações nem no caminho ao trabalho e nem na própria empresa? Temos que pensar também, que 5% de contratação podem ser apenas de uma deficiência só, ou seja, a empresa pode contratar tudo de pessoas com deficiência visual e tudo estará dentro da lei sem fazer mudanças físicas grandes. Ou toda a cota em pessoas com deficiência auditiva ou mental, que é no caso da síndrome de down. Não houve ou sim, um determinação clara perante essa questão, porque estão burlando a lei e as instituições e os movimentos não estão vendo; ou estão e fazem de conta que não num ato de “politicagem”. Bom, pelo menos as empresas que ligam para mim sempre vêm com desculpas que não estão adaptadas, que não tem vagas para pessoas como eu, “cadeirantes”. Como meu pai mesmo diz: “o que eles querem? Deficientes que falam, andam, e tem boa aparência, pra que então essa lei?”, concordo com ele, porque acaba desarticulando os meios para justificar seus fins. Segunda questão é a preparação da pessoa com deficiência para o mercado de trabalho, que cada vez mais está se exigindo graus elevados de ensino, que me preocupa muito. Porque não adianta jogar a pessoa com deficiência no mercado de trabalho sem uma preparação acadêmica, isso para mim é mais que obvio, porque quanto mais estudo se tem melhor é e podemos competir igual para igual. Daí entra os discursos acadêmicos mais retóricos do que realmente, prezar a igualdade do ser humano e inclusão social da pessoa deficiente.

Eu estudei um ano e meio Comunicação Social/Publicidade e Propaganda, onde não deixaram terminar, tendo a bolsa de estudos negada; tive a oportunidade de ver que realmente o interesse é totalmente financeiro, não há um interesse de inclusão social. A universidade em questão, sempre discursou a favor desse tipo de determinação, que lutava pela igualdade social e o direito de liberdade e para mim é uma grande hipocrisia; porque quando está se pagando tudo é flores e nada mais obvio que o interesse é outro. Nem isso as vezes é fator, como aconteceu com uma menina surda no Maranhão que teve sua matricula negada por causa que a dona da escola não queria pagar uma interprete de libras. Mesmo pagando não podemos estudar? Minha duvida é a mais relevante. Sem preparo não existe profissional.

O problema não é ter ou não bolsas de estudo, ensino de graça e tudo mais, o problema é a hipocrisia. Mesmo onde eu estudava, diziam que faziam doações para uma instituição que cuidava de pessoas com paralisia cerebral severa, a minha não é tanto. Mas qual o critério de se doar uma quantia ou coisas, que claro os alunos trazem, e um incentivo para quem quer vencer na vida? É amigo leitor, uma universidade não passa de trapaça intelectual, tudo que os donos querem é lucrar e mais nada; a educação virou um acordo de partes e estou começando a acreditar no pacto das elites, pois mesmo com governo de esquerda, nada mudou. As universidades estatais são poucas e não existem planos de incentivo para a pessoa com deficiência e os particulares, fazem o que fizeram comigo. Essas universidades não pagam impostos, são abertas como instituições filantrópicas e dizem ter prejuízo, então me nego a acreditar que negando esse incentivo, vão tirar o prejuízo das mesmas. Como disse, cansei de tantos estudos para melhorar o bem estar das pessoas com deficiência e depois nos tratam como lixo.

Muito discurso e pouca ação, muita falácia e pouco o que fazer. Como disse, não podemos apenas ficar felizes pelas cotas das empresas, temos que ater num preparo efetivo e concreto, pois ai sim, não teria desculpas para as empresas nos efetivar. Algumas criam oportunidades, só para dizer que dão essa oportunidade, mas tem sempre um “porem” nessa historia, sempre existe um “porque” nessas atitudes. Lógico que eles vão incentivar “alguns” e dizer que dão oportunidade de serem funcionários, para esses dizerem a grande maioria, que realmente as empresas estão dando incentivos. Será mesmo que são boas almas, ou é apenas um jogo de marketing? Um jogo para desunir a causa do seu propósito universal?

Tenho medo de acreditar que tudo isso possa levar a alienação da causa, um retrocesso da luta da pessoa com deficiência no mercado de trabalho, mas que apenas é o reflexo de políticas arcaicas e desumanas que excluem passando por cima de resoluções até mesmo da Organização das Nações Unidas. Mas todos nós sabemos que está por trás da ONU, que não evita guerras, não evita exclusão, não evita fome, não evita nada; apenas é um fantoche das grandes corporações que criam resoluções para a alienação da massa. Não há nenhuma ideologia, religião, nada que preze verdadeiramente a causa da igualdade da pessoa com deficiência a não ser a própria; pois quem sofre os limites de se locomover, a discriminação e a exclusão social são as pessoas com deficiência. Portanto, ninguém mais vai interessar essas melhorias do que a próprias pessoas com deficiência, o resto, é discurso barato.

Friday, January 18, 2008

Manifesto da inclusão


Ó vícios! Ó costumes! Até quando teremos que agüentar? Não só as políticas publicas estão infestadas de manifestações pueris de um retrocesso cultural, de inveja que amargura e mata a virtude. Como dizia o filosofo Immanuel Kant, a virtude é aprendida no colo da mãe, porque em nenhuma instituição pode ser aprendida. Não haverá melhor meio de ser virtuoso do que o exemplo que se tem em casa, o exemplo que lhe faz forte, porque tudo que não causa a morte lhe deixa cada vez mais forte parafraseando o filosofo Nietzsche.

O que é ser uma pessoa com deficiência física? Pessoas com deficiência num país que não tem virtude em sua educação não é uma tarefa fácil, como vimos em muitos depoimentos de todo Brasil, os cidadãos estão viciados e nesse vicio que mora o perigo. A algum tempo uma amiga muito querida me procurou pedindo ajuda para escrever num fórum virtual na radio local de Marataízes, cidade litorânea do Espírito Santo, porque quando foi trabalhar quase foi atropelada; não só ela, mas muitos pedestres que tem ou não deficiência, por falta de vias expressas e rampas adequadas para o deficientes. Semáforos não é também coisa corriqueira na cidade. Ora, cadê as leis federais que não fazem valer esses recursos tanto em um local ou no outro? Porque os próprios cidadãos não fazem valer, essa é a regra, essa é a base.

Parafraseando o filosofo Spinoza, nenhuma divindade, ninguém, a não ser o invejoso, pode ter prazer em minha impotência e a minha dor, ninguém toma por virtude nossas lagrimas, nossos soluços, nosso temor e nossos sinais de impotência interior. Nada importará a ninguém nossas dores a não sermos nós mesmos, a impotência é para o invejoso um maior beneficio, pois se ele não consegue, todos não devem consegui. Mas só conseguimos pela união e pela força de um nome, pela força de um desejo, pela força de vontade manifestada de luta e a glória de sua vitória que pode ser de todos. E Spinoza ainda diz, que muito ao contrario, quanto mais alegria que nos afeta, mais perfeições chegamos, mais necessário participarmos da natureza divina. Chegamos a perfeição do criador, seja qual for o nome que lhe dão, nós temos sua essência de criar e dar ao próximo essa força; unir para o bem comum é preciso, não em forma de religião ou em forma de ideologia, mas forma de virtude de um bem universal.

Não é de interesse comum bolsas para reparar os milhões de nós que foram jogados em abismos, milhões que foram jogados nas fogueiras inquisitórias que ao que parece, foram esquecidas; fomos vitimas de mentes doentias por muitos séculos, por não entender os sábios e não ver na pessoa com deficiência um potencial, preferiram classificar nós de “sem almas” e trancafiar em hospícios e instituições nefastas. Hoje não é diferente, nascemos com deficiência por remédios que deformam, falta de pediatras, falta de vacinas e ainda sim, a pessoa com deficiência é trancafiada em instituições que só querem os lucros com programas televisivos como o Teleton, instituições que tratam a pessoa com deficiência como se fossem crianças como a Estação Especial da Lapa aqui em São Paulo. Onde estará, ó meu Deus, essa verdadeira inclusão que tanto dizem? Onde estará o meu direito de ir e vir que está na constituição de meu país? Onde está às políticas publicas que nada fazem na questão da pessoa com deficiência?

O fundador do movimento onde participo o padre Henry François dizia assim: “os apóstolos dos operários são os operários... os apóstolos dos industriais são os industriais e os comerciantes serão os industriais e os comerciantes. Os apóstolos dos doentes e pessoas com deficiência serão os doentes e as pessoas com deficiência…”. Tem pessoas que nem ele segue, não há união sem ter virtude, porque virtude é para os nobres de espírito, para poucos que não sabem o que é interesse individual. Sofri no ano de 2007 uma discriminação pela universidade Unip, porque além de não querer me dar bolsa de estudo, ainda não me deram meu direito de trancar a matricula me humilhando e ainda aos meus pais; não me interessa que é uma universidade particular, é dever uma instituição de ensino ter o bem maior a educação cultural, a educação efetiva e sem outras particularidades. O texto do padre François está bem claro, que quem deve lutar para o bem da pessoa com deficiência é a própria pessoa com deficiência, é a luta, é a união de todos seja numa via expressa numa cidade do Espírito Santo, seja na eliminação de políticas e instituições demagogas, seja da falta de educação e trabalho, mas a união de todos para todos.

O MEC não tem critérios para as aberturas de instituições de ensino, elas são abertas como instituições filantrópicas, como instituições sem fins lucrativos. Assim a instituição Objetivo e outras são abertas e têm muitas delas, um discurso de inclusão social. Ora, até a Unip, tem esse discurso que é claro, cheio de demagogia. O Prouni que é um incentivo ao estudo que o Governo Federal tem para ajudar quem não tem recursos de não pagar uma universidade, a cada seis meses é feita uma prova para renovar o recurso. Ora, além de nós tivemos provas na própria universidade, vamos ter que fazer outra para efetivar um direito? O Brasil é um país pacifico e como tal, as pessoas não lutam pelos seus direitos, não fazem nem mesmos seus deveres; muitos nem sabem quem votaram. Com isso, a pessoa com deficiência sofre a discriminação em toda a sociedade e em todo governo. Como podemos trabalhar se as empresas não contratam pessoas deficientes com cadeiras de rodas? Como podemos querer reivindicar uma inclusão se nós não olhamos o outro?

Os direitos devem ser reivindicados, devem unir os mais diversos movimentos e chamo o meu movimento Fraternidade Cristã de Doentes e Pessoas com Deficiência para unir forças para o direito de ir e vir, da educação, da saúde, do transporte e das vias publicas de todos nós. Eu fui discriminado, muitos o são e está na hora de eliminarmos esse discurso demagogo e ultrapassado que a pessoa com deficiência deve lutar pelo seu, individualismo tacanho e imoral, porque moral é o bem comum e cuidar de todos para todos. Como disse Jesus, que não trouxe a paz, mas a espada; a “espada” é a palavra de não trazer o ser conformado, mas a luta de reivindicar e lutar para um bem comum e para o próximo… ele mesmo disse para amar a Deus sobre todas as coisas ao próximo como a si mesmo. Devemos amar o criador, a força geradora que é o próprio amor, amar ao outro como parte dessa criação e amar a si como a essência do criador. Nós pessoas com deficiência temos essa essência porque também fomos feitos desse amor, fomos e devemos sempre nos amar e amar ao próximo como a si mesmo, devemos amar toda criação e amar também é lutar pelo que acreditamos.

Uni-vos sempre!

Monday, January 14, 2008

Passividade


Esse texto foi pensado para amenizar minha visão às vezes inconformada diante de tanta passividade entre os seres humanos em geral, mas mais ainda com pessoas com deficiência que tem que matar um leão por dia. Agradeço a gentileza do pessoal da comunidade do Orkut FILOSOFIA por ter respondido minhas singelas perguntas e por essas respostas e alguns conceitos que tirei pude ter uma idéia o que eu posso contribuir nesse tema importante.

Quando dizemos que uma pessoa é passiva ela é um ente que não está em ação, ou seja, ela não toma uma decisão conforme as vias de sua vontade: outro aspecto é o ente sofrer uma ação ou receber seu efeito, como uma ação não gerada e inesperada sem que o ente tenha feito algo para gerar a mesma. Um exemplo básico é tomar um tapa sem que tenha feito que o outro tivesse essa atitude, assim, não revidando a forma em equivalência e gerando uma forma passiva; claro que em termos um outro tapa vai gerar outro, mas pode frear e acuar o ente que efetivou o tal tapa. Outro exemplo, que é mais comum na parte das pessoas com deficiência física, é criar ideologias de luta e que as pessoas ou não tem obrigação de fazer ou que se houver uma reação ela perderá aquilo que mais preza ou que mais precisa. Quando essa amarra acontece, não há a tal reação e assim vai sofrer a ação de ser dominada e receber o efeito que é a dominação.

De forma básica, a ação se deve ao estado da educação dês de sua infância que gera o pensamento que a pessoa com deficiência física não possuem potencial, elas são dependentes por toda vida (isso que vai gerar o mesmo sentimento nas pessoas que adquirem deficiência após um acidente ou trauma, ou seja, um mito), isso vem de culturas longínquas dentro do tempo e da história. Poderia aqui esboçar que parte da culpa disso é da igreja tanto católica quanto a evangélica, mas eu encontro em muitos meios tanto de doutrinas como a espírita e a esotéricas como os maçons que restringem até mesmo ingresso de pessoas com deficiência física em seu meio. O espiritismo com a herdeira cultura católica, manifesta uma crença de punição por situações passadas que devemos ter a provação dessas culpas, devemos nos conformar e não alimentar uma história de luta. Isso tudo que esbocei em partes, pois tem muito mais do que isso dentro de qualquer conduta, gera culpa não só da pessoa com deficiência física, mas também que gerou essa pessoa.

A falta de potencial é um mito bem popular e faz com que a pessoa com deficiência física não acredite no seu, que pode fazer belos trabalhos e pode fazer muitas coisas, que geralmente a família restringe. Quando a família restringe, a pessoa com deficiência física se auto aliena para não enfrentar oposição, ele se conforma para não enfrentar uma decisão que pode gerar uma briga, por exemplo. Há ai aspectos totalmente psicológicos como se passividade seria equivalente a ser pacifico, pois ser pacifico é ter em sua regra de conduta, ter o pensamento mais restrito ao dialogo, mas quando enfrentamos as regras familiares e não tomamos uma decisão ai estamos sujeitos a sermos passivos a esta situação. Não só condutas familiares, mas condutas de restrito pessoal, como por exemplo, deixar uma situação só para não enfrentar aquela situação. Daí entra a mais comum das regras, ou seja, sermos conformados com o suposto destino que nos é reservado, isso é uma suposição que o ente é comandado por forças superiores que não pode agir, que seria num ato de auto conformar-se e de restringir seu agir de forma determinante. O destino já está traçado e o ente não pode, é fadado a ter a regra que eles nos impõem e não posso tomar uma decisão diferente. Nossa família nos protege da sociedade maldosa que rir de nossa deficiência, isso que pensa uma pessoa com deficiência física que não abriu seus horizontes e não tem consigo que o destino pode ser mudado, que é uma questão de escolhas.

É uma suposição criada pelas religiões de todo mundo e não pode, pelo menos a meu ver, ser uma “muleta” para se tirar a ação de um melhor viver; essa ação do melhor viver é a postura certa para entender a si mesmo e ao seu meio, uma postura certa no momento certo. Existe também no meio político, montes de pessoas com deficiência física, que ingenuamente se apega a ideologias que apenas iludem o sonho de uma sociedade justa: muitos se apegam a socialismo e qualquer “ismo” como meio de acabar com a desigualdade, mas pensamos que acabamos com isso com nossa própria conduta de aceitação. Muitas pessoas com deficiência física têm uma vida normal, eu mesmo já estive em situação de preconceito e não dei importância, porque se temos confiança de si mesmo não haverá meios de alguém nos ver diferente. Não haverá nenhum “ismo” que importe mais do que a si mesmo e sua força de vontade perante tudo que se queira.

Parafraseando Nietzsche, não há fatos eternos e nem mesmo verdades absolutas, ou seja, não há nada que não se pode mudar ou contradizer porque o mundo é feitos de fatos e eles não são eternos fabricando verdades absolutas. Então a cultura dominante é a causadora do fator alienante, ela própria se aliena e punem aqueles que pensam diferente, ela pune o ente diferente. Ela própria se dá o direito de fabricar o dominado fazendo de suas estruturas familiares, condutas psicológicas que vão acarretar o ser humano em toda vida, pois as estruturas desses casos duram enquanto a passividade durar; com a pessoa com deficiência física, essa característica é muito mais enraizada pelo modo de dependência do mesmo. Passividade é o estado no qual um cão se encontra até o momento que seu dono não der mais comida, ou seja, enquanto se é alimentado se pode ser passivo e quando não, se volta contra seu próprio dono. Seria quebrar as amarras que o segura de sua própria felicidade, do seu mais intimo meio para a mais puro fim, a satisfação de um amor, de um trabalho, de uma realização. Quebrar seu moinho pondo-o contra o vendo, contra o que lhe faz insatisfeito, correr o risco. A falta de amor próprio e autoconfiança e anulação de si mesmo por falta de determinação gera a passividade por conformismo, porque a autoconfiança é uma espécie de combustível que move sua vontade, pois que não tem está fadado a ser submisso.

A submissão chega ao ponto que por ela deixamos em partes nossos princípios, nossas metas, por medos e desilusões do cotidiano, essa ilusão se manifesta em criar um ambiente certo para a submissão que é a forma passiva mais elevada. Sendo uma forma devastadora, tanto para movimentos submetidos a cômodas situações de passividade e a desvirtuação de pensamentos por ideologias políticas que caracterizam a passividade. Sendo, para eliminação da mesma, uma melhor visão de si mesmo e do outro, uma visão mais ampla de um mundo que vivemos, só não sabemos se somos realmente humanos e quando nos sentimos sendo, vamos lutar por um ideal.